Entre os dias 08 e 11 de novembro ocorreu no Interlegis, localizado no Senado Federal, em Brasília, o Encontro Nacional de Conselhos de Juventude em conjunto com a 55º Reunião Ordinária do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), que reuniu Conselheiros e Conselheiras Nacionais e Estaduais de Juventude de todo o Brasil. Este encontro é um importante espaço para o fortalecimento da participação social juvenil, para o compartilhamento de boas práticas, capacitação, articulação e luta pelas políticas de juventude no Brasil.
Dentre as pautas do encontro estão a análise do atual contexto de políticas de juventudes no Brasil para que possa ser traçados a proposição de novas execuções das políticas que trabalhem para as juventudes.
É com esse objetivo e com muita alegria que Gustavo Gama, Secretário Nacional de Juventude do Partido Verde e Secretário Geral do Conjuve, abriu os trabalhos na mesa de abertura: “A gente sabe das conquistas da juventude brasileira ao longo do tempo: o Estatuto da Juventude, o próprio Sistema Nacional de Juventude. Tudo isso trouxe a juventude até aqui. Eu acredito que esse momento é, também, um momento da gente selar qual é o tamanho da juventude brasileira, que esse conjunto de pessoas que estão à frente da política pública de juventude no País vão construir para a juventude do nosso Brasil.”
Posteriormente, em entrevista ao Partido Verde, Gustavo Gama falou como tem sido o desenvolvimento do PV na inclusão de mais jovens: “Nós temos trabalhado de uma forma muito forte hoje nas bases a juventude do PV, que está presente em todos os estados brasileiros e esse caminho de conectar a juventude com as pautas que são caras à juventude é uma coisa muito importante para gente. Só no Conselho Nacional de Juventude temos uma grande bancada. São seis conselheiros, sendo a maior bancada partidária e essa bancada tem desenvolvido programas, projetos e ações que cheguem no país inteiro. Então, a gente apoiou pesquisa de juventude da pandemia, com o foco de fazer um retrato oficial da realidade da juventude. Participamos ativamente da Juventude Empreendedora com mais de 40 mil jovens em 2 mil municípios que foram capacitados para esse programa no auge da pandemia quando tudo era ainda no virtual. Estamos lançando agora pelo Conselho Nacional de Juventude uma plataforma chamada CO.LIGA. A CO.LIGA. Uma escola de economia criativa e a juventude do PV vai apoiar essa iniciativa de uma forma muito forte para chegar nas pessoas. Portanto, nós temos buscado estar cada vez mais conectados com o que a juventude precisa, com o que a juventude vem sentindo e isso tem permitido a gente ocupar importantes espaços, sejam nacionais, estaduais ou nos municípios.”
Entre os projetos apoiados pela Juventude do Partido Verde está o Atlas das Juventudes, um extenso e detalhado relatório oriundo de uma extensa pesquisa nacional que sistematizou e avaliou as evidências com o objetivo de propor caminhos possíveis para os principais desafios enfrentados por jovens no Brasil, entre 15 a 29 anos. A iniciativa foi coordenada pelas redes de organizações Em Movimento e Pacto das Juventudes pelos ODS que comprovam que o Brasil tem, no momento, a maior a geração de jovens.
Marisa de Castro Villi, diretora executiva da rede de conhecimento social, quando questionada sobre a importância do Atlas em um momento no qual temos um grande número de jovens no Brasil, comenta que material e todas as pesquisas que fazem parte dessa plataforma, como “Juventude e a Pandemia do coronavírus” têm uma uma função importantíssima de produção de dados e disponibilização para o uso para tomada de decisão. “Ter um espaço que possa consolidar diversos estudos e ter um lugar onde as pessoas possam consultar para apoiar essas decisões é fundamental para poder ajudar a entender quais são as da juventude, nos diferentes contextos que estão apresentados ali nas diferentes pesquisas que fazem parte do Atlas”, pontuou Marisa.
O “Relatório de Evidências sobre as Políticas Públicas de Juventude no Brasil” foi apresentado por Pedro Reis, que é conselheiro nacional de juventude pela região norte e pelo Conjuve presidente da comissão de programas e políticas e diretor de juventude do governo Tocantins. Este relatório, realizado a partir da pesquisa desenvolvida pela comissão de programas e políticas, buscou compreender a realidade da política de juventude a nível do governo federal, que contou com meio de pesquisa via Plano Plurianual (PPA) e via Portal da Transparência. Desta forma, reuniram as últimas três gestões do Governo Federal sobre tudo o que tinha para a política de juventude. Foi observado alguns avanços e alguns retrocessos nesse período. Além disso, também foi consultado todo o histórico financeiro do orçamento desde a criação da Secretaria Nacional de Juventude, que foi em 2005. Assim, traçaram uma linha de como foi e como se desenvolveu todas as políticas de juventude a nível nacional. Reis reforça a importância: “A pesquisa nunca tinha sido feita e ela serve de base inclusive para defender, tanto recursos quanto projetos que a gente precisa. Porque estamos falando da maior geração de jovens que o Brasil já teve. São 50 milhões de jovens e que agora vão começar a envelhecer. Então a gente tem que se preocupar muito com esses jovens no hoje.”
A partir das pesquisas e seus relatórios o presidente do CONJUVE, Marcus Barão, ressalta como o ano de 2022 é muito importante na atuação dos jovens, por ser ano eleitoral: “A gente entende que a política de juventude no Brasil tem sofrido um desmonte, tem sofrido muito, especialmente as políticas sociais em um contexto que já era grave antes e agora tem sido agravado pela pandemia e a gente entende que qualquer candidato de qualquer campo político que venha se colocar em 2022 precisa incluir como centro do seu programa de governo a população jovem, não só com o beneficiário mas como protagonista da condição de uma política diferente pro Brasil. Então, a nossa expectativa de um lado para governantes e candidatos que coloquem isso como prioridade por outro da população jovem é que a gente consiga uma grande mobilização da juventude para que possam participar ativamente das eleições entendendo que isso interfere na nossa vida, nos nossos territórios e também no nosso futuro. Logo, não é só a eleição de 2022, mas o que está em jogo é o futuro comum de todas as pessoas e da população jovem do nosso Brasil.”
Gustavo Gama reforçou, ainda, que para os partidos políticos desenvolverem mecanismos para a inclusão de mais jovens nas diferentes áreas da sociedade, é preciso compreender o que é a juventude hoje, e também aprender os dilemas que a própria pandemia trouxe à juventude. “A última grande pesquisa sobre esse tema, que foi até encomendado pelo Conselho Nacional de Juventude, nós tivemos mais de 38 mil respostas em todo país, ela demonstra que o jovem hoje ele tem pouco interesse no partido político. Os maiores instrumentos de participação social não estão nos partidos políticos, então representa só 4% do interesse do jovem. Então, estar conectado com o que a juventude precisa, o que a juventude vem passando é muito importante. Um grande exemplo disso é: hoje na juventude nós temos mais que o dobro da média nacional de jovens desempregados, com a média de 14,8%. Está chegando a quase trinta entre os jovens. A saúde mental é um ponto muito importante. Outras questão é que 74% dos jovens compreendem que o meio ambiente ele precisa ser priorizado e essa discussão hoje ela acontece de uma forma muito tímida entre os partidos políticos, diferente do Partido Verde que tem discutido isso de uma forma muito forte então estar conectado com o que a juventude sente e pensa seria o primeiro grande caminho”, afirmou.