O pastor Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação no governo Bolsonaro. O convite para assumir a pasta, feito pelo presidente, foi aceito nesta sexta-feira 10, data em que a pasta completa 22 dias sem um mandatário, após a saída de Abraham Weintraub no dia 18 de junho.
Segundo dados da plataforma Lattes, Ribeiro é graduado em Teologia e Direito, tem mestrado em Direito e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo. Ainda é membro do Conselho Deliberativo do instituto Presbiteriano Mackenzie, entidade mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também atuou como reitor em exercício e vice-reitor da instituição.
Ainda de acordo com seu currículo, atualmente é relator da Comissão de Assuntos Educacionais do Mackenzie e Diretor Administrativo da Luz para o Caminho, instituição que cuida da área de mídias da Igreja Presbiteriana do Brasil. Também é membro da Administração Geral da Santa Casa de Santos, instituição pública, como irmão mantenedor.
O novo ministro da educação foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2019, para a Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República, órgão que tem como objetivo investigar ministros e servidores do governo. Sua nomeação foi a primeira feita pelo presidente ao colegiado. O mandato de Ribeiro na Comissão termina em 2022, mas ele se mostrou disposto a abdicar do cargo para assumir o Ministério da Educação.
A nomeação de Milton Ribeiro acontece depois da saída do ministro Carlos Decotelli que ficou somente cinco dias à frente do ministério da Educação. Ele foi nomeado no dia 25 de junho e pediu demissão no dia 30 do mesmo mês. Decotelli não chegou a ter uma cerimônia de posse, devido a controvérsias envolvendo o seu currículo acadêmico.
As universidades de Rosario, na Argentina, e de Wüppertal, na Alemanha, negaram que ele tivesse títulos de doutor e pós-doutor, respectivamente, pelas instituições. Diante às manifestações, Decotelli alterou o currículo. A sua tese de mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) também foi alvo de denúncia de plágio, que passou a ser investigada pela instituição.
Com a sua breve passagem, Bolsonaro chegou a anunciar o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para o cargo, mas a nomeação não foi efetivada. A sugestão do presidente não teria agradado à ala olavista e os militares, que o pressionaram para rejeitar o secertário como possível chefe da pasta.
Os olavistas se incomodaram com a ligação de Feder ao chamado “centrão”, por ser funcionário do governo de Ratinho Júnior (PSD). Conforme mostrou CartaCapital, o PSD foi um dos partidos que abocanharam cargos após a aproximação com o chefe do Palácio do Planalto. Já os militares veem inexperiência em Feder. Líderes evangélicos também não se agradaram com o nome.